Vestiário submerso

Pode não ter chegado perto do dilúvio bíblico, mas foi um ensaio a chuva que desabou em Chapecó neste domingo. Água, muita água caiu (e continua caindo) sobre a maior cidade do Oeste catarinense. Choveu em forma de pedra, choveu de lado, choveu forte, choveu fraco. Às vezes até parecia chover de baixo para cima, quando a água entrou na cabine onde a equipe do jornal trabalhava no jogo Chapecoense x Araguaia. Isso que estávamos na área na qual há cobertura.

Os jogadores precisaram enfrentar enormes poças d'água dentro e fora do campo. A foto acima mostra o corredor de acesso ao vestiário ao término da contenda. O nivel chegava à metade da canela. No apito final, a precipitação já havia parado há algum tempo, entretanto as escadas ainda jorravam como cachoeiras.

Sexpole

O filão da internet atualmente são os "sextapes". Aqueles vídeos caseiros com câmeras pseudoescondidadas em algum cantinho do quarto, da praia, do banheiro e, no qual, sempre uma mulher pergunta: não tá gravando, né?

Esse fenômeno de marketing viral tem gerado outras formas de divulgação de intimidades. Arcaica na construção, mas pioneira no teor da informação.

A novidade, lançada em bairro de Florianópolis, é o "sexpole". Na foto acima, um registro dessa nova tendência.

Ajuda para quem não conseguiu ler o que está escrito no poste: Tereza deu o _ _ pro Edézio

Só os peixes estão bem

Moram na casa do poder. Sem erro, recebem alimentação diariamente e usufruem de água sempre limpa. Ao menor sinal de risco à saúde, recebem "tratamento medicamentoso". Era isso que explicava um aviso indexado à beira do viveiro. Na ocasião, a medicação era para combater um tal de Saprolegniose. "Um fungo resistente", descreveu Décio Moreira Cunha, engenheiro de Aquicultura, no aviso. Assim vivem os peixes que ornam o hall de entrada do Centro Administrativo do Estado de Santa Catarina.

Deixando os escamosos de lado, vou aproveitar este mesmo espaço para contar outra história.

Uma delas aconteceu quando buscávamos (equipe do jornal) personagens para reportagem sobre o problema do crack em SC. Encontramos Sônia Mara. Nos dirigimos até o Morro da Penitenciária para entrevistá-la. Não estava em casa. Segundo vizinhos, dirigiu-se ao Hospital Universitário para medicar a filha que apresentava estado febril. Fomos a sua procura. Chegando lá, a encontramos na emergência. A faxineira estava indignada, pois aguardava atendimento havia cinco horas. Faltava profissionais. Alguém para diagnosticar o problema e indicar o tratamento correto.


Antes de falar sobre o filho que morreu por envolvimento com crack, Sônia também relatou que tem dificuldades para alimentar os filhos. Tem de fazer malabarismo com o salário de faxineira. Já passou fome.

Assim vivem os seres humanos.

Foto da Sônia Mara: Guto Kuerten

Ócio criativo

Exemplo de ócio criativo. Além de curtir um som e ler um livro, também é possível fazer belas fotografias em viagem de ônibus. O lusco-fusco acima foi capturado na ida para a faculdade durante a corrida do Rua Santo Antônio de 17h30min. As silhuetas são de prédios da parte continental de Florianópolis, próximos à cabeceira da Ponte Hercílio Luz.

Ricardo Duarte, fotojornalista do Diário Catarinense, é especialista em registrar o momento de transição do dia para a noite. Veja o ensaio produzido para o site do jornal

A ponte de perto

Milhares passam diariamente por ela. Uns por baixo, outros ao lado e alguns pela frente (atravás das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos). Sempre a metros de distância. Disparado, o lugar mais fotografado em Santa Catarina. Mas poucos a conhecem de perto.

Um dia me perguntaram o que há em cima da Ponte Hercílio Luz. Está aí a resposta: madeira sobre ferro.

Foto: Pedro Rockenbach

Casarão à venda

Para arrematar o casarão da foto basta desembolsar R$1,5 milhão. Encontra-se num dos lugares mais movimentados, bonitos e cobiçados por construtoras no Centro de Florianópolis. Localiza-se em frente à praça Getúlio Vargas (conhecida por praça dos Bombeiros) e entre os colégios Adventista e Bom Jesus.

Se o lugar é tão desejado, por que ainda está à venda? Segundo o proprietário, o construção tem no mínimo 150 anos e foi tombada como patrimônio histórico. Isto inviabiliza qualquer pretensão de derrubá-la. Ou seja, quem comprar é obrigado mantê-la em pé.

O terreno de 780 m² abrange duas residências. A casa da foto tem 400 m².

Escadaria

Bela imagem propiciada pelas escadas do prédio Ceisa Center no Centro de Florianópolis. O projeto arquitetônico em forma de caracol produz um efeito na foto que, num primeiro momento, deixa em dúvida onde está o início e o topo da escadaria.

Foto: Pedro Rockenbach

Jesuiiiisssss

Engarrafar a bebida mais consumida do planeta e nomeá-la com o nome do homem mais famoso da história da humanidade. E o melhor de tudo: não precisa pagar autorização de direito de uso de imagem. Perfeito! Nem Einstein teria essa ideia. Realmente, coisa de gênio.

Foi-se o tempo de buscar na igreja. Os pastores a serviço do Reino de Deus inovam outra vez para chegar mais perto do rebanho. Agora é possível comprar água benta (podem dizer que não, mas as pessoas interpretarão assim) no supermercado.

Vale tudo em nome da Fé. Até quebrar o terceiro mandamento.

Obs: Também tem com gás

Foto: Pedro Rockenbach

Local: Bairro Itaguaçu, Florianópolis

Pizza Sarney

A Capa do jornal Diário do Comércio do dia 7 de agosto exemplifica como um jornal não está preso em apenas relatar o passado. A foto principal foi além disso. Foi profética. Mostrou que, com um pouco de criatividade e percepção, é possível informar o que ainda está para acontecer.

A primeira página do periódico previu nas primerias horas de sexta-feira o desfecho de uma decisão do presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), anunciada no final da tarde: o arquivamento de denúncias e representações contra Sarney, presidente da casa.

Sei que o comentário a seguir já é lugar-comum, assim como escândalos e bate-bocas, mas se faz oportuno novamente: são eles que comem, e nós que sentimos a indigestão.

Guard-rails

Se não estiver a bordo de caminhão ou ônibus, esta será a visão que você terá da ponte Hercílio Luz quando trafegar pela Colombo Salles, que liga a Ilha ao Continente.

Ao voltar de uma pauta, revolvi registrar o fim da tarde enquadrando a octogenária ponte. Tentei, tentei, mas não foi possível sem deixar o guard-rail em primeiro plano.

Jornalista lavacar

Só há duas possibilidades para explicar a foto acima: 1) jornalista que não consegue viver com o piso salarial; 2) reflexos da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a obrigatoriedade do diploma para jornalistas.

Se for a segunda alternativa, Gilmar Mendes - presidente do STF e especialista em Habeas Corpus - provavelmente justificaria assim:

“Um excelente lavador de carros poderá ser formado numa faculdade de limpeza automotiva, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer lavagem seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da limpeza. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos motoristas".

Foto: Pedro Rockenbach

Obs: A foto não é montagem e foi feita na rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Barreiros, em Sâo José.

Cruzamentos perigosos

Restos de para-choques e faróis estilhaçados já fazem parte do cenário, assim como o poste e a faixa de segurança. Nos pontos onde as ruas Santo Antônio e Manoel Loureiro cruzam com a Nossa Senhora Aparecida, no bairro Barreiros, em São José, os acidentes são comuns ao ponto de acontecer dois na mesma tarde. E o último sábado foi um exemplo disso.

As duas esquinas estão separadas por apenas 20 metros de asfalto. Desde o início do ano, pelo menos 15 carros desafiaram a lei da física e tentaram ocupar o mesmo espaço de outro nesses dois cruzamentos.

Os locais são bem sinalizados, com placas e tartarugas. O problema parece originar-se da falta de percepção dos motoristas para compreender que, das 11 ruas que cortam a Nossa Senhora Aparecida, só nas duas intersecções citadas ela não é a preferencial.

Foto: Pedro Rockenbach